“Rir é o melhor remédio”
(Adágio Popular)
Rir
é, sem sombra de dúvida, uma das sensações mais agradáveis com que nos
deparamos. Alivia tensões, aproxima e contagia pessoas, alegra o ambiente.
Alguns se perguntam: ‘mas rir de quê?” ao que eu responderia, sem hesitar, “rir
de tudo, mas, sobretudo, rir de si mesmo”.
Rir
às gargalhadas, rir até às lágrimas, rir sem motivo, rir muito, rir de
situações, mas jamais rir zombando de alguém! Rir, rir muito, rir com os amigos,
rir sozinho, rir de si mesmo e das situações e circunstâncias ridículas que
tantas vezes criamos. Rir do que acreditamos serem nossas tragédias cotidianas,
mas que vistas à luz do riso, percebemos não passarem de situações cômicas,
engraçadas ou ridículas, sempre risíveis!
O
sucesso da chamada “comédia em pé” ou Stand Up Comedy, não é,
necessariamente, um texto verdadeiramente cômico, produzido para fazer o público rir, mas o relato de um fato do cotidiano, quase sempre verídico, relatado com
humor. Não se trata, portanto, de um conteúdo engraçado. Pode até ser bem sério
ou trágico, mas relatado de forma engraçada. O ouvinte, se identifica, quase
sempre, com a história, ou parte dela, e percebe como tal situação, vista de
fora, tem uma importância bem menor do que a que lhe foi atribuída,
anteriormente. Além de o relato se tornar engraçado para quem escuta, tem um
efeito terapêutico para quem conta, pois, ao contar, o sujeito retira do acontecimento toda a carga emocional
densa que possuía no ato, transformando o episódio em assunto corriqueiro e
cômico.
Quantas
vezes me vi, e a outras pessoas, relatando situações difíceis e dolorosas
vividas, que tinham causado dor e sofrimento, de uma forma leve e engraçada e o
ouvinte rindo e, ao mesmo tempo, se desculpando pelo riso, aparamente
inadequado diante daquele relato. No fim da história, relator e ouvinte,
sentem-se aliviados e às vezes surpresos por terem sofrido tanto, perante
situações absurdamente ridículas.
A
terapia do riso, desnuda-nos! E só quando nos vemos, despidos de "pré-conceitos" que nos impõem modelitos de comportamentos que nos colocaram numa situação
constrangedora, podemos respirar fundo e analisá-la sem sofrimento, podendo, até, rir dela.
Não
pude deixar de pensar, ao falar da importância do riso, nos versos
de Jacques Prévert, que cito de cor:
“Je suis comme je suis, / Je suis faite comme ça / Quand j’ai envie de rir /
Ah, oui, je ris aux éclats!
Isto
é, em tradução livre, aceitar que cada um de nós é como é, e que tem o direito de rir às
gargalhadas, sempre e assim que o desejar!