É difícil, ao velejador, recolher as
velas em meio à tempestade, mas é fundamental que o faça. Sem a calma e o
esforço necessários e suficientes ao desempenho da tarefa, o barco pode ficar à
deriva ou perder-se, definitivamente.
A vida é como o mar!
Em maré mansa, nós o contemplamos
extasiados, e gozamos o imenso prazer e a sensação de paz que nos vem da
vastidão das águas tranquilas. De repente, sem aviso prévio, arma-se a
tempestade e até o marinheiro mais experiente pode naufragar. O marujo com a
percepção mais aguçada, sente a mais leve virada do vento, um cheiro diferente
no ar, um arrepio sutil, segue sua intuição e recolhe as velas, diante da
perplexidade dos companheiros, que não conseguem entender seus motivos, mas a
tempestade chega, as velas estão recolhidas e a embarcação está salva, alguns
agradecem.
Assim a vida! Chega sem o manual de
navegação e decorre entre calmarias e tempestades violentas. Os mais atentos,
intuitivos (nem sempre os mais sábios), percebem antecipadamente os rumos que
se avizinham, recolhem ou içam as velas com rapidez e singram cautelosamente os
mares, ou se arrojam diante do perigo e vencem as altas ondas.
Só nos resta escolher que tipo de
marinheiro queremos ser!