Ainda sinto
Tuas mãos suaves
deslizando
No meu corpo
Descobrindo
reentrâncias que até eu desconhecia.
Às vezes é só
fechar os olhos
Para sentir teus
lábios
Tocando os meus e,
Num ímpeto,
Não sei onde
começou
Onde termina
aquele abraço.
Não importa em que
porto me perdeste,
Marinheiro gingão,
ou
Piloto sem
aeroporto de destino
Comandante de
navio
Que naufragou
perto da costa.
Onde a tua voz de
veludo,
Teu olhar
apaixonado
Tuas mãos
dedilhando cordas
De uma viola sem
som
Onde o mar e o céu?
Só ficou o vazio
em que,
Para sempre,
mergulhaste!