Às vezes as palavras, uma frase, chegam-me
sopradas pelo vento, entram-me no ouvido, ferem-me os olhos, tão provocativas,
exigindo uma resposta, que a distância não permite fazer chegar, na velocidade
da urgência.
Perguntas “a que sabe o abraço” e eu quero
responder-te. Sim, eu sei que não foi a mim que perguntaste, mas tenho em mim a
necessidade da resposta.
Abraço, sabe a doce e a salgado, sabe a
mel e a ternura, tem gosto de sol quente e de mar. Abraço tem gosto de luz e de
amor, é aconchego que esquenta o coração e funde corpos, apaga a escura solidão,
alimenta, sacia, é vinho que aquece e inebria...
Ah! Como seria bom estender os braços e unir
continentes nesse abraço!
Abraço, tem sabor de saudade!