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27.12.23

Vazio

 

Ainda sinto

Tuas mãos suaves deslizando

No meu corpo

Descobrindo reentrâncias que até eu desconhecia.

 

Às vezes é só fechar os olhos

Para sentir teus lábios

Tocando os meus e,

Num ímpeto,

Não sei onde começou

Onde termina aquele abraço.

 

Não importa em que porto me perdeste,

Marinheiro gingão, ou

Piloto sem aeroporto de destino

Comandante de navio

Que naufragou perto da costa.

 

Onde a tua voz de veludo,

Teu olhar apaixonado

Tuas mãos dedilhando cordas

De uma viola sem som

 

Onde o mar e o céu?

Só ficou o vazio em que,

Para sempre, mergulhaste!

 

23.5.21

Em tempos de Pandemia

 
Os doces amores da infância
Perderam-se nos longes
Do tempo e do espaço
Em que o vento me jogou,
Leve pena à deriva!
 
Busquei em cada caminhante
O olhar, a ternura, o abraço
E nada encontrei.
 
Poeta, sem poesia,
Espalho meus versos ao vento,
E num lamento,
Vejo-os de rastros
Na correnteza da vida,
Vazios de mim!
 
      22/05/2021
 


17.1.19

Velhice

Velhice é quando a pele vira deserto,
árida, seca, rachada.
É quando a alma, desiludida, se perde na solidão
os sonhos viram pesadelos
e o sofrimento não deixa espaço para o sonho!

Mas,
se fores capaz de acender a tênue chama do sonho,
e iluminar a planície deserta de tua alma,
se conseguires uma centelha de amor...
o deserto verdeja em oásis úmidos,
a floresta renasce, rejuvenesce,
os pássaros voltam a cantar!

E, apesar da idade, não haverá velhice!

28.10.17

Silêncio


Uma guitarra trina no silêncio da noite
E leva para longe a solidão.

As paredes nuas
Do meu quarto estreito
Escutam os sons da guitarra triste
E chamam por ti!

Coimbra chega-me nesse som
E no ar paira o teu perfume.

Vejo teu olhar em cada nota suspensa
E escuto a tua voz longínqua
No suave sabor da saudade!


                                Outubro de 2017

24.3.15

Dois poemas do meu livro "Chuva Quente"

Mar! Conha!

Praia deserta
Dedos por onde escorre a areia do Tempo
Ontem
O ressoar das ondas falava de amor!
Hoje
A areia lembra deserto.
Navio perdido na bruma do Tempo,
É o Mar!
Partir
Chegar
Onde ninguém aportou ainda.
De novo o contato da areia.
A solidão. O deserto...
Um objeto diferente
No tocar da areia.
Búzio? Concha?
Búzio não, não quero,
Traz mensagens do impossível.
Prefiro a concha,
Espaço côncavo   fechado
Ostra!
Pérola, valerás o segredo da solidão?
Ostra, só.
A concha que palpam meus dedos
No mar de areia
De uma praia imaginária.

***

Vento, 
Teu bailado no pinhal
Assobia no meu sangue
E as naus perdidas
Em rotas impossíveis
Dançam nas ondas do mar!...


11.7.14

Poemas Antigos

Os textos de hoje foram "scaneados" de acordo com sua publicação inicial na Revista Universidade Guarulhos - Ciências da Comunicação, Letras e Artes, III (3), junho de 1998. p. 51-54.  São eles: Uma crítica de Zilka Lins e ilustrações de A. Busnardo. Alguns destes textos também constam, do livro Chuva Quente (2000). Se necessário, para facilitar a leitura, ampliem o texto!