6.5.22

A Brevidade da Chama

 A vida é tênue como a chama de uma vela que a leve brisa pode apagar!
          Nas últimas três semanas mantive-me afastadas das redes sociais, por motivos de saúde. Atualmente estou bem, após uma recente cirurgia de vesícula, emergencial. A minha Semana Santa (14 a 16 de abril de 2022), foi de dor física até detectar o problema e de alívio ao voltar da cirurgia sem sequelas e sem dor.
        Tudo começou, pelo que julguei ser uma intoxicação alimentar. As dores foram aumentando, a sede imensa, apesar de estar constantemente bebendo, ou, pelo menos, molhando os lábios, até que uma médica amiga, me mandou ir, imediatamente, para o pronto socorro. Obedeci, sem discussão e lá fui eu, acompanhada de uma grande amiga, com vasta experiência de cuidados familiares e hospitalares. Chegamos ao hospital, Carlos Chagas de Guarulhos, onde fui prontamente atendida por uma equipe competente e eficiente, como convém em tais situações.
         Face aos resultados dos exames, constatou-se a necessidade da retirada da vesícula e começaram os procedimentos de encaminhamento à cirurgia. O último exame, foi uma radiografia de pulmão. Avisei que aquela chapa fria nas minhas costas, não traria bons resultados pois tenho uma hipersensibilidade ao frio. E, realmente, o frio foi de tal ordem que entrei em hipotermia, bem no momento de ir para a cirurgia. Foi um susto e surpresa para todo o mundo, pois parecia impossível que uma chapa de radiografia pudesse causar tal efeito. A equipe médica se mobilizou em busca de uma solução e eu, completamente lúcida, repetia que estava com frio, mas nesse momento a voz já não se manifestava exteriormente. Falaram para eu inspirar, tentei, sem conseguir e então tentei soprar, na esperança de que o ar do pulmão fosse renovado. Enquanto isso, eu acompanhava a movimentação de médicos e enfermeiros que tentavam achar uma solução levantando as várias hipóteses do que poderia ter acontecido. Eu, sem a noção de que já tinha 5 cobertores sobre mim, continuava dizendo, sem sucesso, que tinha frio. Finalmente chegou o oxigênio e voltei a respirar normalmente.
       Nova bateria de exames para tentarem entender o que tinha acontecido e se as condições vitais para enfrentar a cirurgia se mantinham. Quando chegaram os resultados dos novos exames, todos Negativos, eu disse: “Não falei que era só frio!?” E lá segui para a cirurgia, uma videolaparoscopia, que durou pouco mais de meia hora e com êxito total.
         A minha gratidão a toda a equipe de plantão que me atendeu com prontidão e eficiência, desde o instante em que entrei no hospital até ao Sábado de Aleluia, em que tive alta. Nesses dias, pude sentir-me forte, temperada, na foice e na enxada com que meus avós lavradores, desbravaram suas terras, pronta a enfrentar o que me restar de vida, sem fazer concessões à mediocridade.
   E aqui estou, três semanas depois, bem recuperada, contando esta história de final feliz, às vésperas do Dia das Mães!
   Guarulhos, 06/05/2022